Ratings da OAS S.A. rebaixados para 'B+' na escala global e para 'brBBB-' na Escala Nacional Brasil; perspectiva permanece negativa
Analista principal: Renata Lotfi, São Paulo, 55 (11) 3039-9724, renata.lotfi@standardandpoors.com
Contato analítico adicional: Felipe Speranzini, São Paulo, 55 (11) 3039-9751, felipe.speranzini@standardandpoors.com
Líder do comitê de rating: Luciano Gremone, Buenos Aires, 54 (11) 54-11-4891-2143, luciano.gremone@standardandpoors.com
Resumo
- O ritmo de redução da dívida do grupo brasileiro que atua no setor de engenharia & construção (E&C) e de investimentos em infraestrutura, OAS, tem sido mais lento do que esperávamos.
- Rebaixamos nossos ratings da OAS, de ‘BB-’ para ‘B+’ na escala global e seus ratings de longo e curto prazos na Escala Nacional Brasil, de ‘brA-/brA-2’ para ‘brBBB-/brA-3’.
- A perspectiva negativa reflete os desafios legais que a empresa enfrenta e o potencial e ainda incerto impacto que isso terá sobre sua liquidez.
São Paulo (Standard & Poor’s), 19 de novembro de 2014 – A Standard & Poor’s Ratings Services rebaixou hoje os ratings atribuídos à OAS S.A. (“OAS”), de ‘BB-’ para ‘B+’ na escala global e seus ratings de longo e curto prazos na Escala Nacional Brasil, de ‘brA-/brA-2’ para ‘brBBB-/brA-3’. A perspectiva dos ratings de crédito de emissor em ambas as escalas permanece negativa.
Fundamentos
O rebaixamento reflete os desafios da OAS para reduzir sua dívida no ritmo que havíamos estimado para que possa trazer suas métricas de crédito para níveis mais consistentes com a nossa avaliação de um perfil de risco financeiro “agressivo” para a empresa – ou seja, dívida líquida sobre EBITDA abaixo de 5,0x e geração interna de caixa (FFO, em inglês) sobre dívida líquida em torno de 12%. Antes do rebaixamento, a perspectiva era negativa, refletindo o fraco desempenho financeiro da empresa. Acreditamos que as atuais investigações sobre corrupção envolvendo a Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras (BBB-/Estável/--) e alguns executivos da OAS com relação a potencial superfaturamento de contratos, apesar de serem incertas neste momento, poderiam prejudicar ainda mais a capacidade da empresa para se desalavancar no curto prazo.
Embora as métricas de crédito da OAS possam se beneficiar da capacidade do grupo para converter seus significativos investimentos (por meio da OAS Investimentos S.A.) em caixa nos próximos 12-18 meses, acreditamos que o atual cenário acrescenta riscos e incertezas para um perfil de dívida já apertado.
LiquidezAvaliamos a liquidez da OAS como “adequada”. Esperamos que as fontes cubram os usos em, pelo menos, 1,2x nos próximos dois anos. A OAS tem um perfil de vencimento relativamente suave, e a maior parte de sua dívida vence após 2019. O grupo também está cumprindo todas as suas cláusulas contratuais restritivas (covenants) e tem se beneficiado de um bom relacionamento com bancos brasileiros.
Principais fontes de liquidez:
- Caixa e equivalentes de caixa de curto prazo de aproximadamente R$ 2,5 bilhões em 30 de junho de 2014;
- Linhas de crédito comprometidas não utilizadas de R$ 600 milhões com vencimento em 2016; e
- FFO anual estimado em torno de R$ 600 milhões-R$ 700 milhões.
Principais usos de liquidez:
- Dívida de curto prazo totalizando R$ 1,5 bilhão em 30 de junho de 2014;
- Investimentos (capex) anuais de aproximadamente R$ 200 milhões; e
- Injeções de capital de cerca de R$ 140 milhões na Divisão de Investimentos para 2015 e 2016.
A perspectiva negativa dos ratings de crédito da OAS reflete a possibilidade de enfraquecimento de sua liquidez em função dos desafios legais que enfrenta. Há muitas incertezas no curto prazo com relação ao potencial impacto sobre o fluxo de caixa da empresa proveniente de possíveis multas ou sanções comerciais, as quais estão previstas na Lei Anticorrupção Brasileira ou em outras leis relacionadas. Contudo e independentemente dessas penalidades, a empresa pode enfrentar riscos de refinanciamento mais altos que poderiam prejudicar sua posição de liquidez.
Cenário de elevação
Uma elevação é altamente improvável no curto prazo. No entanto, poderemos alterar a perspectiva para estável se o grupo reduzir sua dívida em 2015, apresentando um índice de dívida líquida sobre EBITDA abaixo de 4,5x e FFO sobre dívida líquida acima de 12%. Qualquer cenário de elevação dependeria de a empresa manter sua posição de liquidez “adequada”.
Critérios e Artigos Relacionados
Critérios
- Metodologia e premissas: descritores de liquidez para emissores corporativos globais, 2 de janeiro de 2014.
- Metodologia de Ratings Corporativos, 19 de novembro de 2013.
- Metodologia corporativa: Índices e Ajustes, 19 de novembro de 2013.
- Principais Fatores de Crédito Para a Indústria de Engenharia e Construção, 19 de novembro de 2013.
- Metodologia: Fatores de créditos relativos à administração e governança para entidades corporativas e seguradoras, 13 de novembro de 2012.
- Critério Geral: Uso de CreditWatch e Perspectivas, 14 de setembro de 2009.
LISTA DE RATINGS | ||
Ratings Rebaixados | ||
OAS S.A. | ||
Ratings de Crédito Corporativo | De | Para |
Escala global | ||
Moeda estrangeira | BB-/Negativa/-- | B+/Negativa/-- |
Moeda local | BB-/Negativa/-- | B+/Negativa/-- |
Escala Nacional Brasil longo prazo | brA-/Negativa/ | brBBB-/Negativa/ |
Escala Nacional Brasil curto prazo | brA-2 | brA-3 |
Ratings de Emissão Rebaixados | ||
De | Para | |
OAS S.A. | ||
Debêntures | brA- | brBBB- |
OAS Empreendimentos S.A. | ||
Debêntures | brA- | brBBB- |
OAS Finance Limited | ||
Notas senior unsecured | BB- | B+ |
OAS Investments GmbH | ||
Notas senior unsecured | BB- | B+ |
Emissor | Data de Atribuição do Rating Inicial | Data da Ação Anterior de Rating |
OAS S.A. | ||
Ratings de Crédito de Emissor | ||
Escala global | ||
Moeda estrangeira | 17 de setembro de 2012 | 17 de junho de 2014 |
Moeda local | 17 de setembro de 2012 | 17 de junho de 2014 |
Escala Nacional Brasil longo prazo | 17 de setembro de 2012 | 17 de junho de 2014 |
Escala Nacional Brasil curto prazo | 8 de março de 2013 | 17 de junho de 2014 |
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